terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Terapias-alvo são esperança na oncologia

Tratamentos que travam proliferação de células malignas, a multiplicação excessiva de células ou o desenvolvimento de vasos sanguíneos são o cerne da investigação na área.

São a grande esperança da investigação em oncologia. Os tratamentos-alvo são remédios muito específicos, quase à medida do doente ou de um grupo de doentes. O oncologista Jorge Espírito Santo não hesita em dizer que "é a tendência do trabalho em desenvolvimento e há dezenas de drogas deste género a serem desenvolvidas pela indústria farmacêutica".

Exemplos são as terapêuticas na área do cancro da mama, mas na sua forma mais agressiva e já metastizada. Neste caso, há uma anomalia provocada pelo excesso de uma proteína (HER2). Usa-se um anticorpo monoclonal que impede a multiplicação. Outros exemplos são os de fármacos que actuam silenciando genes ou travando a formas de alimentação das células cancerígenas, como acontece com a angiogénese (desenvolvimento de vasos sanguíneos que alimentam o tumor maligno). Já há tratamentos deste género no cancro da mama, pulmão, rim ou pâncreas, por exemplo.

"É este o caminho: tentar perceber o que está na origem do cancro ou da transformação das células e actuar sobre isso", acrescenta o médico. Todas estas descobertas aumentam a sobrevivência dos doentes ao mesmo tempo que melhoram a qualidade de vida, uma vez que permitem reduzir a toxicidade dos fármacos ou reduzir as dosagens.